
Edson Monteiro*
A vontade de estar à frente das realizações é um sentimento político natural. Decorre da energia invisível que leva o homem a se lançar além dos sonhos.
No Clube de Engenharia, como nas demais entidades que reúnem colegas das profissões ditas tecnológicas, não é diferente. Chegam as eleições de renovação do terço do Conselho Diretor do Clube e cinqüenta associados (situação de 2010) apresentam seus compromissos e pedem votos. Tudo normal no contexto democrático que notabiliza a entidade centenária. Todos anunciando o desejo de discutir as questões nacionais e fazer do Clube uma tribuna que se faça ouvir nos gabinetes e nos plenários das grandes decisões.
Nessa normalidade, contudo, há dissonâncias e algumas desafinações. A mais recente, sem que se faça necessário exemplificar — até mesmo para não magoar quem quer que seja — é a menção insistente de uma das Chapas concorrentes, de que seu compromisso é o de corrigir os rumos. Fica flagrante na promessa a intenção de descaracterizar o sucesso da atual gestão, que fez retornar o Clube ao lugar saliente que a ele se impunha de associação de defesa da engenharia e dos engenheiros.
Os rumos, afinal, já foram corrigidos. Desde a vitória da Chapa Clube de Engenharia Unido em 2009, as coisas mudaram. Está de volta a confraternização dos almoços, intensificou-se a atividade das DTEs, tomou corpo o reconhecimento da sociedade nacional ao Clube de Engenharia e ficou flagrante — em jornais, rádios e TVs — a constante participação da Diretoria e da Presidência nas discussões de interesse do estado e do país. Muitas delas com a participação de autoridades de governo e lideranças representativas da ciência, da tecnologia e das empresas públicas e privadas nacionais.
É evidente que no afã de vencer eleitoralmente pode-se cometer equívocos. Mas, utilizar como plataforma de campanha o recurso de desfigurar os bons resultados alcançados pelos eventuais adversários parece ser uma estratégia (!) inconveniente. Primeiro, porque não abre perspectivas de lucidez nos debates, isto é, bloqueia o exercício dialético. Segundo, porque traz dificuldades à tentativa de trabalhar juntos no futuro que sobrevier às eleições, o sonho da tão propalada “união”. Uma pena...
O resultado das eleições mostrará se é correta a minha visão. Se a Chapa Clube de Engenharia Unido vitoriar-se — como espero — ficará demonstrada a validade do meu senso. Será o resultado da aprovação da atual gestão, a manifestação da maioria dos associados confirmando que os rumos foram, de fato, mudados em 2009. A contrapartida deste reconhecimento será o Clube Mais Unido, de braços abertos, engrandecido.
Definitivamente, um Clube de Engenharia que não se desviará dos rumos já corrigidos, onde a plena atuação de seus dirigentes e conselheiros continuará honrando essa longa e vitoriosa caminhada de seus 130 anos agora comemorados. Quiçá, seja assim o resultado...
Edson Monteiro é Membro do Conselho Diretor do Clube de Engenharia.
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